POR QUE DILMA?
Lula já decidiu que a candidata do PT e aliados à eleição presidencial de 2010 será Dilma Roussef. Antes essa escolha presidencial no PT parecia mais democrática, até porque Lula era um candidato natural. Hoje é monárquico. Porém, é de se perguntar: por que Dilma?
A explicação é que Dilma tem a mesma concepção de desenvolvimento, a mesma weltanschauung – visão de mundo – que Lula. É um credo. É nesse sentido que se colocam todas as afirmações a seguir. Sabemos que Lula padece de uma compreensão industrial de desenvolvimento. Muito mais que nordestino, Lula é o operário, “o peão que pensa em desenvolvimento e inclusão social”, como costuma repetir Gilberto Carvalho, secretário pessoal do presidente. Ainda mais, “numa lógica absolutamente capitalista”, o que Gilberto não costuma acrescentar. Para confirmar, João Paulo Capobianco afirmou ao jornal Estado de S. Paulo que “Lula não tem visão ambiental estratégica” e que, “Dilma tem menos sensibilidade ambiental que José Dirceu”.
Portanto, todos os paradoxos que enfrentamos com o governo Lula nesses seis anos agora acabam confirmados pela boca de pessoas ligadas diretamente ao governo. Um governo que realizou investimentos periféricos nas populações mais pobres, ganhou um apoio popular descomunal, mas favoreceu estruturalmente o agro e hidronegócios – financiando com dinheiro oficial, modificando leis em favor dos grileiros, facilitando o desmatamento, investindo na agenda da infra-estrutura do regime militar, etc –, causando impactos terríveis no ambiente e nas comunidades tradicionais que dele dependem diretamente, como pescadores artesanais, quilombolas, índios e demais comunidades tradicionais. Há um fator ainda mais grave que é o futuro, o aquecimento global, onde o Brasil entra como o quarto poluidor do planeta, resultado da emissão monumental de CO2 na atmosfera pela derrubada e queimada de florestas. A derrubada de nossas florestas participa com 75% das nossas emissões. Nossa queima de petróleo, em termos de aquecimento global, é irrelevante diante da derrubada das florestas. Portanto, se o Brasil quiser mesmo reduzir sua contribuição no aquecimento, com a conseqüente savanização da Amazônia, desertificação do semi-árido, enchentes no sul e sudeste, terá que propor a si mesmo o “desmatamento zero”. Essa é a política chave do ambientalismo brasileiro.
“Dilma é a mãe do PAC”, costuma dizer Lula. O PAC tem aspectos positivos, sobretudo em questões sociais, como o saneamento ambiental, no qual Fernando Henrique ficou dez anos sem investir um tostão por acordo com o Banco Mundial. Mas é só, daí para frente o PAC é a cara dos militares e de Delfim Neto, numa lógica irremediavelmente predadora. A visão de mundo de Dilma pertence a esse perfil. Não é a pessoa com a visão de mundo adequada para os atuais desafios brasileiros e mundiais. Entretanto, temos que fazer a pergunta básica: há algum presidenciável com uma visão mais atualizada de mundo e desenvolvimento que ela? No tucanato e nos tais democratas nunca houve e nem haverá. O PV sucumbiu aos encantos do poder e desapareceu enquanto proposta sócio ambiental. Aqueles que tentam conjugar justiça e equilíbrio ambiental estão absolutamente órfãos na política brasileira. Comissão Pastoral da Terra - Bahia.
Portanto, todos os paradoxos que enfrentamos com o governo Lula nesses seis anos agora acabam confirmados pela boca de pessoas ligadas diretamente ao governo. Um governo que realizou investimentos periféricos nas populações mais pobres, ganhou um apoio popular descomunal, mas favoreceu estruturalmente o agro e hidronegócios – financiando com dinheiro oficial, modificando leis em favor dos grileiros, facilitando o desmatamento, investindo na agenda da infra-estrutura do regime militar, etc –, causando impactos terríveis no ambiente e nas comunidades tradicionais que dele dependem diretamente, como pescadores artesanais, quilombolas, índios e demais comunidades tradicionais. Há um fator ainda mais grave que é o futuro, o aquecimento global, onde o Brasil entra como o quarto poluidor do planeta, resultado da emissão monumental de CO2 na atmosfera pela derrubada e queimada de florestas. A derrubada de nossas florestas participa com 75% das nossas emissões. Nossa queima de petróleo, em termos de aquecimento global, é irrelevante diante da derrubada das florestas. Portanto, se o Brasil quiser mesmo reduzir sua contribuição no aquecimento, com a conseqüente savanização da Amazônia, desertificação do semi-árido, enchentes no sul e sudeste, terá que propor a si mesmo o “desmatamento zero”. Essa é a política chave do ambientalismo brasileiro.
“Dilma é a mãe do PAC”, costuma dizer Lula. O PAC tem aspectos positivos, sobretudo em questões sociais, como o saneamento ambiental, no qual Fernando Henrique ficou dez anos sem investir um tostão por acordo com o Banco Mundial. Mas é só, daí para frente o PAC é a cara dos militares e de Delfim Neto, numa lógica irremediavelmente predadora. A visão de mundo de Dilma pertence a esse perfil. Não é a pessoa com a visão de mundo adequada para os atuais desafios brasileiros e mundiais. Entretanto, temos que fazer a pergunta básica: há algum presidenciável com uma visão mais atualizada de mundo e desenvolvimento que ela? No tucanato e nos tais democratas nunca houve e nem haverá. O PV sucumbiu aos encantos do poder e desapareceu enquanto proposta sócio ambiental. Aqueles que tentam conjugar justiça e equilíbrio ambiental estão absolutamente órfãos na política brasileira. Comissão Pastoral da Terra - Bahia.
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